domingo, 20 de julho de 2014

Carta a um fantasma dos ceus

Se eu te caracterizar levemente, posso dizer que és um "homem mau".
 És um dos amigos que tenho e que pouco tempo consigo ter por perto, no entanto, não passamos muito tempo sem nos espiar, sem saber um do outro. 
Em tom de brincadeira, digo-te que quando fores velhinho, vais entender que sou a mulher da tua vida, e que me vens buscar para te cuidar das peles, e proteger dos gangues de velhas que farão fila para te perseguir.
 Ha muitos anos atrás, fomos um "caso sério".
 Depois alimentei-me de memórias, adoeci com elas. Não entendi como te desprendeste tão facilmente de algo que para mim foi tão forte , tao profundo. 
Até que a realidade me deu dois estalos no rosto, e foi preciso uma injeção do teu cruel feitio em forma de terapia de choque, para que acordasse para a realidade, meio dormente ainda, e que estabilizasse, até que hoje consiga ver tudo de forma diferente, posicionar-te como o amigo meio louco, como eu, e indecentemente realista.
 Conheces-me menos que ontem, e mais que a maioria que as pessoas. 
Desenhaste alguem que pensas que eu deveria ser ou gostarias que fosse, mas, está longe de ser quem eu quero. Os amigos são sempre assim.
 Querem o melhor para nós. O que pensam ser o melhor para nós. Ajudaste-me mais que imaginas, muitas vezes. E, por mim, dê o Mundo as voltas que dê, tamo juntos. Porque existem amizades unicas. Embora estranhas, indecifráveis, e herméticas como a nossa. Por vezes tão hermética que nem nós la entramos. Sim, eu sei que tenho um feitio estranho. Sim, tu és mil vezes pior que eu. E por vezes quando estou danada, descarrego um bocadinho em ti... mas , ando a tentar mudar. A minha relação com homens-amigos nunca foi muito fácil. 


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