Se eu te caracterizar levemente, posso dizer que és um "homem mau".
És um dos amigos que tenho e que pouco tempo consigo ter por perto, no entanto, não passamos muito tempo sem nos espiar, sem saber um do outro.
Em tom de brincadeira, digo-te que quando fores velhinho, vais entender que sou a mulher da tua vida, e que me vens buscar para te cuidar das peles, e proteger dos gangues de velhas que farão fila para te perseguir.
Ha muitos anos atrás, fomos um "caso sério".
Depois alimentei-me de memórias, adoeci com elas. Não entendi como te desprendeste tão facilmente de algo que para mim foi tão forte , tao profundo.
Até que a realidade me deu dois estalos no rosto, e foi preciso uma injeção do teu cruel feitio em forma de terapia de choque, para que acordasse para a realidade, meio dormente ainda, e que estabilizasse, até que hoje consiga ver tudo de forma diferente, posicionar-te como o amigo meio louco, como eu, e indecentemente realista.
Conheces-me menos que ontem, e mais que a maioria que as pessoas.
Desenhaste alguem que pensas que eu deveria ser ou gostarias que fosse, mas, está longe de ser quem eu quero. Os amigos são sempre assim.
Querem o melhor para nós. O que pensam ser o melhor para nós.
Ajudaste-me mais que imaginas, muitas vezes.
E, por mim, dê o Mundo as voltas que dê, tamo juntos.
Porque existem amizades unicas. Embora estranhas, indecifráveis, e herméticas como a nossa. Por vezes tão hermética que nem nós la entramos.
Sim, eu sei que tenho um feitio estranho. Sim, tu és mil vezes pior que eu.
E por vezes quando estou danada, descarrego um bocadinho em ti... mas , ando a tentar mudar.
A minha relação com homens-amigos nunca foi muito fácil.
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